EM DESTAQUE: Foto de mascarados, uma tradição do Carnaval de Maragogipe. Disponivel no site Licia Fábio no endereço http://www.liciafabio.com.br/category/beleza-pura/ em texto como o título Carnaval 2018 em Maragogipe publicado em 8 de fevereiro de 2018.
Notícias no blog do GPEC
NOVOS ITENS DEPOSITADOS NA PÁGINA DOCUMENTOS HISTÓRICOS NO ACERVO DO GPEC
ACESSE AQUI
1870 Romualdo S. Barroso Carta Abolição da escravatura 1
1893 RELATÓRIO INSTRUÇÃO PÚBLICA Satiro Dias em Gov Joaquim R Lima
1914 LEI N. 1051 DE 18 DE AGOSTO DE 1914. Reforma o Instituto Normal do Estado
Biografia de Maria Luiza Alves apontamentos para
1913 Tese da professora Zulmira Doria D’Andrade
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Acesse https://modosdefazer.org/documentos-historicos-levantados/ para ver todos os itens depsositados na página DOCUMENTOS HISTÓRICOS NO ACERVO DO GPEC
JANEIRO É TEMPO DE DEFINIÇÃODO PLANO DE AÇÃO DO BLOG PARA 2023
As editoras do blog estão realizando uma série de reuniões para definir a estratégia de atuação do Blog em 2023.
ANTES DE CAIR NA FOLIA, VAMOS FALAR UM POUCO DO CARNAVAL DA BAHIA ?
Jaime Sodré fala da história da participação do negro no Carnaval da Bahia.
Assista o documentário JAIME SODRÉ E O CARNAVAL NEGRO DA BAHIA
“Jaime Sodré e o Carnaval Negro da Bahia” – uma produção da TVE com a participação de um dos maiores especialistas na história da Bahia, professor Jaime Sodré que faleceu em 2020. A produção faz um percurso histórico desde o nascimento dos afoxés de Salvador, oriundos dos terreiros de candomblé, ao surgimento dos blocos afro e a consolidação do carnaval negro da Bahia. A narrativa é guiada por depoimentos do próprio Jaime Sodré, que foi escritor, historiador, professor, compositor e artista plástico e durante mais de dez anos comentarista da transmissão do Carnaval na TVE.
DISPONIVÉL EM no endereço https://www.youtube.com/watch?v=B9Koadxgor8 no site https://www.youtube.com/@tvebahia
1951 – O FREVO DO CLUB VASSOURINHAS EM SALVADOR
As memórias de uma menina estimulam a busca sobre o Carnaval da Bahia
Em janeiro de 1951, aos oito anos e dois meses, assisti do alto de um edifício na Avenida Sete, ou Rua Chile ( não lembro bem) o desfile do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas. Ficaram para sempre marcadas na minha memória a música vibrante do frevo, as fanatasias coloridas, a dança das sombrinhas. Ainda hoje, relembro como algo mágico e adoro ouvir frevos, principalmente os mais antigos. As lembranças me levaram a buscar informações sobre a passagem do Vassourinhas, em Salvador.
Agora, repasso as informações que encontrei.
(Depoimento da editora do Blog nascida em dezembro de 1942 )
No texto O Frevo na Bahia, publicado no site REVIVENDO MÚSICAS, Leonardo Dantas Silva comenta a passagem do Clube Vassourinhas na Bahia, em 1951. Veja abaixo reprodução de um trecho do texto.
[…]
Completo o clube saiu de sua sede social no bairro de São José, formando na Rua das Calçadas, como se fora fazer o seu “passeio” pelas ruas do Recife, com João de Emília, o seu primeiro porta-estandarte, envergando rica fantasia Luiz XV e, ao som de sua Marcha n.º 1, embarcou no cais do porto com destino à Cidade Maravilhosa. Dias depois, ao aportar em Salvador, cidade bucólica que ainda via os carnavais com as famílias povoando de cadeiras as calçadas da Avenida Sete de Setembro, o Clube Vassourinhas foi convidado a fazer uma apresentação nas ruas da capital baiana. Para o seu programado passeio através das ruas da cidade do Salvador, os integrantes do clube cruzaram o portaló do navio, desceram as escadas e foram organizar o seu préstito no cais.
Com o seu rico estandarte alçado ao vento, morcegos abrindo a multidão, formando alas em torno dos porta-estandartes, balizas puxando os cordões, damas de frente e fantasias de destaque, diretoria vestida a rigor, ganhou às ruas. Tudo sob o acompanhamento daquela fanfarra de 65 músicos, o maior conjunto de metais já visto na Bahia até então. Com seus metais em brasa, a banda militar que por tantas noites ensaiara sob a batuta de João Cícero, em pleno leito da Rua das Calçadas no bairro recifense de São José, estava ali pondo fogo nas ruas da capital baiana e fazendo a história da música popular brasileira. Ao ingressar na Avenida Sete, ao som de sua Marcha nº. 1, composta em 1909 por Joana Batista e Matias da Rocha e conhecida nacionalmente como o Frevo dos Vassourinhas, a turba que acompanhava o clube tomou-se de delírio.
No repertório de sua orquestra, outros frevos instrumentais se seguiram, alguns especialmente compostos para aquela primeira excursão fora do Recife: Vassourinhas no Rio, de Carnera (Felinto Nunes de Alencar), Vassourinhas está no Rio, de Levino Ferreira, e Um pernambucano no Rio, de Capiba. Com o Vassourinhas nas ruas, os diabos tomaram conta de Salvador e o baiano, que não conhecia o frevo ao vivo executado por uma fanfarra de 65 músicos pernambucanos, enlouqueceu ao aderir à onda e aos pulos, pois nunca conseguiu aprender os verdadeiros passos do frevo. Tal comportamento veio atropelar tudo que encontrava em sua frente.
Após alguns quilômetros de itinerário, percorrendo toda Avenida Sete de Setembro, o Vassourinhas veio a ser atropelado pela multidão que vinha em seu rastro. Não acostumada ao acompanhamento de um clube de frevo, onde a orquestra, como se fosse um andor de procissão, é intocável, a turba baiana terminou por atropelar os músicos provocando com isso vários acidentes pelos encontrões com os mais exaltados. Já apresentando baixas em sua fanfarra de metais, com alguns músicos com os lábios feridos pelo impacto com os foliões, o Clube Vassourinhas foi buscar refúgio no Palácio do Governo encerrando, assim, aquela primeira incursão em terras baianas. Não é preciso dizer que aquele único desfile pelas ruas de Salvador veio se transformar em grande revolução nos meios musicais do país: no mesmo carnaval de 1951, Dodô e Osmar, que no carnaval de 1950 já haviam saído com serviço de amplificação de um pequenino conjunto de cordas e percussão, montado na carroceria de um velho Ford 29, voltaram às ruas de Salvador em 1951 executando o repertório de frevos do Clube Vassourinhas do Recife. Inicialmente só dois instrumentos, a guitarra baiana e o violão elétrico, passando no ano seguinte para três com a inclusão do violão tenor, o triolim, surgindo assim o trio elétrico que veio a se tornar uma verdadeira revolução no carnaval brasileiro. Ou como melhor explicou Morais Moreira, no carnaval de 1980, nas estrofes do seu Vassourinha Elétrica ¹.
PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA ACESSE http://www.revivendomusicas.com.br/curiosidades_01.asp?id=145
Veja como Dodô e Osmar foram influenciados pela passagem do Clube Vassourinhas lendo o texto Trio Elétrico: História, técnica e recepção de uma mídia sonora genuinamente brasileira de Ayeska Paula Freitas acessando o link : https://www.academia.edu/2488216/TRIO_EL%C3%89TRICO_HIST%C3%93RIA_T%C3%89CNICA_E_RECEP%C3%87%C3%83O_DE_UMA_M%C3%8DDIA_SONORA_GENUINAMENTE_BRASILEIRA
E para lembrar que o Carnaval se aproxima, clique abaixo para escutar o frevo Vassourinhas executado por Severino Araújo e sua orquestra em gravação do ano de 1949, em selo da gravadora Continental.
Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara – VASSOURINHAS (Frevo dos Vassourinhas nº1)
Disponivel em https://www.youtube.com/watch?v=dx0oyzjVY9o
UM FREVO COM E MUITA HISTÓRIA
O frevo do vídeo anterior, que Severino Araújo “instrumentalizou”, foi criado em 1909, para o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas com uma letra composta por uma mulher negra, Joana Batista Ramos, junto com Matias da Rocha, que era maestro.
Com o passar do tempo, essa música criada com o nome de MARCHA N 1 DOS VASSOURINHAS tornou-se o hino do Carnaval Pernambucano e é nacionalmente conhecida e sempre tocada, em muitas versões e adaptações.
Conheça a letra original da MARCHA N 1 DOS VASSOURINHAS :

UMA HISTÓRIA DE APAGAMENTO E INVISIBILIDADE
No vídeo abaixo vamos ouvir a marcha dos vassourinhas em uma versão composta por Almirante para a qual ele escreveu outra letra bem diferente da original como pode ser constatado pela comparação com a letra anteriormente apresentada.
MARCHA Nº 1 DO VASSOURINHAS Gravação original de 1945 com Déo e Castro Barbosa
Por muitos anos o nome de Joana, uma mulher negra, empregada doméstica e descendente de ex-escravos foi esquecido, e a autoria da Marcha nº 1 foi atribuída apenas a Matias da Rocha.
O documentário “Joana: se essa marcha fosse minha” anunciado em página do facebook (https://web.facebook.com/joannaeamarcha) e do instagram (https://www.instagram.com/joannaeamarcha/? ” pretende contar a história dessa mulher à frente de seu tempo que rompeu com o protagonismo masculino da cultura de sua época, quando compôs a Marcha, às margens do Rio Beberibe”
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Acesse https://fb.watch/ilBQ60oR35/ para ver um clipe no Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, no último dia 25 de julho de 2019 no qual Isaar, Gabi da Pele Preta, Paz Brandão e Sue Ramos, além da bisneta de Joana, Amara Ramos, cantam a versão de “Se Essa Marcha Fosse Minha”. A iniciativa faz parte do projeto de documentário “Joana: se essa marcha fosse minha”
Acesse https://fb.watch/ilB_BxTJqT/ para assistir o vídeo com depoimentos de netos e bisnetos produzido dentro do projeto de documentário “Joana: se essa marcha fosse minha” que tem por objetivo descobrir a história de Joana Batista Ramos.