Homenagem à bibliotecária Célia Matos

Foto da Biblioteca Pública e Imprensa Oficial, na  antiga Praça Thomé Souza. Fonte: Guia Geográfico Salvador Antiga  <http://www.salvador-antiga.com/centro-historico/biblioteca.htm>.  Acesso em 15 de março de 2016.

Imagem no texto Importância do bibliotecário vai além de organizar livros publicado no Portal do Ministério da Educação (http://portal.mec.gov.br/), no dia 12 de março de 2018.

Disponível em http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/222-537011943/61331-importancia-do-bibliotecario-vai-alem-de-organizar-livros

Na edição pós – carnaval 2023 o GPEC presta uma homenagem à bibliotecária Célia Matos Pensada faz muito tempo, só agora ela se concretiza. Não por acaso, se tornou viável neste mês de março, quando no Brasil, no dia 12, celebramos o DIA DO BIBLIOTECÁRIO.

Célia, trata-se de uma homenagem singela, mas construida com muito carinho pelas “meninas ” do GPEC: Cândida, Elizabete, Ladjane, Lília, Natalli, Tiane Verônica e Rosânia, sua querida colaboradora na Subgerência de Obras Raras e Valiosas da Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

Através de você homenageamos a todos os profissionais da área de biblioteconomia.

Para os que não conhecem Célia, uma breve apresentação.

Foi na obra Quem é Quem na Biblioteconomia e Documetação no Brasil, uma publicação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação- IBBD, que ficamos conhecendo a trajetória acadêmica e profissional de Célia Maria de Almeida Matos, até o ano de 1970.

Nascida em Salvador, Célia concluiu, em 1965, sua formação de nível suérior na Escola de Biblioteconomia e Documentação da Universidade Federal da Bahia. Em 1970 exercia o cargo de Bibliotecária do Museu do Estado da Bahia. Cinco anos depois de sua diplomação, quando os seus dados foram incluídos no livro do IBBD, ela já tinha uma trajetória profissional que incluía:

  • Exercício do cargo de Bibliotecária da Divisão de Pesquisa do Setor de Administração Pública da Escola de Administração da UFBa;
  • Participação em órgão de classe como 2ª Secretária da Associação Bahiana de Bibliotecários;
  • Publicação do trabalho A aquisição planificada de periódicos e sua aplicação na Universidade Federal da Bahia, em 1967 no Boletim da Associação Bahiana de Bibliotecários;
  • Representante do Museu do Estado no Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, em São Paulo no ano de 1967 e participação no Congresso Regional sôbre Documentação e 9ª Reunião da FID/CLA no Rio de Janeiro, em 1969;
  • Ampliação da formação profissional atraves dos cursos de Termos Coordenados (SUDENE, 1967)e de Arquivo e Documentação (ABaB/Divisão de Bibliotecas do Estado da Bahia, 1969).

Célia é, também, professora primária. Em decorrência do interesse do grupo em estudar a Escola Normal da Bahia, tomamos conhecimento de sua passagem na instituição e obtivemos permissão para fotografar o seu álbum de formatura.

Foto de “Dona Célia” no álbum dos diplomados na Escola Normal da Bahia, em 1958

Veja o álbum da formatura dos professores da Escola Normal da Bahia do ano de 1958

Obs: Para visualizar o álbum em tela cheia passe o mouse na base da imagem e clique no ícone (X ) que representa o fullscreen (Algums vezes há uma certa lentidão no aparecimento das imagens. Seja paciente.)

Você também pode visualizar o álbum em PDF. Acesse o link album em word /PDF

A história de Célia Maria de Almeida Matos com as obras raras e valiosas

Nosso primeiro contato com “Dona Célia” foi em seu ambiente de trabalho, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em 2007, no Setor de Obras Raras e Valiosas -SORV

O ambiente de trabalho de Célia

A Biblioteca Pública: uma instituição bicentenária

A Biblioteca Pública do Estado da Bahia foi inaugurada em 1811. Atualmente é denominada de Biblioteca Central do Estado da Bahia –BCEB.

Em 2018, já com mais de 200 anos, foi descrita como possuindo um acervo de 120 mil livros, duas salas de cinema (Walter da Silveira e Alexandre Robato), a galeria Pierre Verger, o Teatro Espaço Xis, biblioteca infantil, a Diretoria de Imagem e Som da Bahia e um acervo de mais de 600 mil jornais. É a maior do estado da Bahia, sendo considerada a primeira biblioteca do Brasil e da América do Sul.

(Fonte: Texto no Diário de Salvador disponível em https://diariodesalvador.com/conhecendo-um-pouco-do-acervo-da-biblioteca-publica-do-estado-da-bahia/)

Imagens de vários espaços da Biblioteca Pública e de dois dos armários de vidro onde as obras raras e valiosas são preservadas.

O Setor de Obras Raras e Valiosas da biblioteca

De acordo com o texto Conhecendo um pouco do acervo da Biblioteca Pública do Estado da Bahia publicado, em 24 de novembro de 2018, no Diário de Salvador (https://diariodesalvador.com/) a coleção do setor de obras raras dispõe de 60 mil volumes. Está constituída por obras publicadas do século XVI ao século XX, abrangendo todas as áreas do conhecimento, incluindo exemplares e coleções preservadas há mais de dois séculos. São publicações que permanecem à disposição de pesquisadores, estudiosos e bibliófilos, obras de grande valia que se revelam testemunhos da história.

O acervo tem acesso restrito e está disponível para pesquisas e consultas locais por meio de agendamento prévio. 

Entre as raridades estão obras trazidas ao país pela Família Real portuguesa e acervos pessoais, como o do jornalista e colecionador de arte baiano Odorico Tavares. O original de uma edição limitada de luxo do livro ‘A Dama de Espadas’, de Alexander Sergueievich Puschkin, totalmente impresso em seda e personalizado, é o destaque do acervo doado pelo jornalista. 

Trata-se de um acervo rico para o estudo de temas de diversas áreas do conhecimento. Após muitas visitas e levantamentos sobre temas de interesse da história da educação na Bahia, consideramos que o acervo do SORV foi de valiosa importância para os estudos realizados pelo GPEC.

Aprendemos como Dona Célia e os demais funcionários da Gerência sobre o que são obras raras e valiosas, sobre os diversos setores da biblioteca que guardavam revistas e jornais também considerados raros. E foi seguindo tais orientações que Verônica de Jesus Brandão fez as interessantes descobertas que relata no áudio abaixo.

Os jornais localizados no setor de periódicos raros deram o suporte para a dissertação Práticas curriculares nas escolas públicas primárias – um estudo das teses apresentadas nas Conferências Pedagógicas em Salvador (1913-19). Verônica de Jesus Brandão.

As obras raras soba forma de livros, revistas e jornais encantaram a todos os membro do GPEC. O Depoimento em vídeo de Natalli Soeiro é uma representação do sentimento e pensamento de todos os membros do GPEC que participaram da busca de documentos nos nossos “centros de memória”

A voz de Dona Célia em depoimentos sobre as obras raras e valiosas

A importância da instituição e dos acervos qua abriga dão uma grande visibilidade a seus dirigentes. Em consequência, encontramos em vários orgãos da imprensa local depoimentos da bibliotecária que atestam o seu compromisso com o serviço que prestava à comunidade.

Em 1993, vamos encontrar Célia na mídia.

Jornal do Bairro (Suplemento Especial do Jornal da Bahia), Abril de 1993

Portal Oficial do Estado da Bahia, em maio de 2011

A subgerente de obras raras, Célia Maria de Almeida Matos, afirma que os livros mais antigos da biblioteca são um estudo de mitologia, datado de 1581, editado em Veneza, e outro de 1585, de Medicina Homeopática. “A digitalização é uma coisa que a gente tem que usar de imediato, não somente nas obras dos séculos XVI, XVII, mas principalmente nas dos séculos XIX, XX, que têm papel mais industrializado e sofre mais a ação do tempo”.

Fala de Célia na notícia disponível em https://www.bahia.ba.gov.br/2011/05/noticias/cultura/modernizacao-marca-os-200-anos-da-biblioteca-publica-do-estado-da-bahia/?amp

Portal A Tarde, 2017

Por muitos anos, Célia Mattos foi a guardiã do setor de Obras Raras da biblioteca. Chegou ali há mais tempo, em 1980, mas não esconde sua preferência por aquele acervo tão valioso. “É um setor eminentemente de pesquisa, com usuários mais especializados”, conta. Vez em quando, também recebe crianças para conhecerem o lugar. Elas costumam se impressionar mais com o tamanico dos livros em miniaturas do que com a data em que aquelas publicações todas foram escritas. 

O livro mais antigo abrigado pela biblioteca é de 1581 e foi escrito por Nathale Compe – um compêndio em latim sobre mitologia. […]. Já Célia tem especial apreço por um livro mais novinho, da década de 1960, que está ali por conta da sua edição luxuosa e limitada. O romance russo  A Dama de Espadas, doado por Odorico Tavares, foi inteiro impresso em ricas páginas de seda.

 Coisas que não estão na internet, sabe, para aqueles que precisam acessar as “fontes primárias”, como diz Célia. Se bem que a tecnologia de todo jeito ajuda. “A gente não permite tirar cópias das obras, por isso os pesquisadores tinham que voltar várias vezes. Agora, com o celular, já dá para tirar foto”. 

Depoimento a  Tatiana Mendonça Publicado terça-feira, disponível em https://atarde.com.br/muito/futuro-do-presente-842820

SEMPRE PRESENTE

Proferindo palestras, organizando exposições e participando de comissões

“Dona Célia ” foi presença constante em seminários do Projeto Memória da Educação PROMEBA e do GPEC, sempre que a necessidadade era divulgar conhecimentos sobre a biblioteconomia e a documentação.

Dona Célia proferindo palestra em um seminário organizado pelo GPEC. Ao lado dela, Graça Cantalino, bibliotecária que atuou no CEDIC, e Elizabete Santana, membro do GPEC.

Foto de um ângulo da platéia que assistiu a palestra de Célia Mattos proferida em seminário do GPEC

Nota referente à Exposição sobre Manoel Traquillino Bastos na Biblioteca Pública dos Barris organizada por Célia Mattos.

A subgerência de Obras Raras e Valiosas da Biblioteca Pública do Estado (Barris) abriu oficialmente na tarde desta quinta-feira (20) a exposição Coleção sobre Manoel Tranquillino Bastos, baiano cachoeirense, compositor e destacado professor de música, descobriu e formou grandes talentos que o ajudaram a disseminar, na Bahia, o gosto pela boa música. […]. A idéia segundo Jorge Ramos é preservar a obra do músico. E é com o mesmo pensamento que a subgerente do Setor de Obras Raras, Célia Matos, está tentando digitalizar o acervo de posse da Biblioteca Pública, que é muito consultado. “Muitos vêm pesquisar a nosso acervo com a obra de Traquillino, que já foi referencial para teses de Doutorado e Pós-Doutorado”,… LEIA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO ACESSANDO O LINK

http://www.cultura.ba.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=3223&tit=a-href=http-wwwculturabagovbr-modules-noticias-articlephpstoryid=3223Exposicao-sobre-Manoel-Traquillino-Bastos-esta-aberta-na-Biblioteca-Publica-dos-Barris-a

Participação na elaboração de políticas

Célia participou da Comissão de trabalho para elaborar Políticas de Desenvolvimento de Coleções para o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas – Bahia (SEBP- BA) que resultou em documento publicado, em 2015, pela Fundação Pedro Calmon disponível em

Nosso tema do mês de fevereiro 2023 foi “instituições de memória do estado da Bahia”. Em torno dele foram organizadas as páginas do Texto-Provocação e a Exposição Escolar. Para visualizar, acesse os links

Exposição Fevereiro 2023 As instituições de guarda da memória da educação na Bahia

Texto – Provocação feve 2023 –https://modosdefazer.org/por-politicas-publicas-de-valorizacao-de-nossas-instituicoes-de-memoria/

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5 comentários em “Homenagem à bibliotecária Célia Matos

  1. RITA DE CASSIA ALVES ALMEIDA 11 de março de 2023 — 17:08

    Tive o prazer de ser colega de Célia. Uma mulher bonita, inteligente, criteriosa, responsável e respeitável.
    Célia Matos é minha referência de profissional competente e consciente do valor do acervo raro e valioso da Biblioteca Central do Estado da Bahia. E a ela se deve a organização e preservação do mesmo.

  2. Maria Conceição da Gama Santos 12 de março de 2023 — 10:52

    Célia Matos, amiga, colega, grande bibliotecária que ao longo da sua vida profissional deu o exemplo de capacidade técnica, elegância e liderança. Tive a honra de tê-la como colaboradora nos dez anos em que fui Diretora do Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia. O seu conhecimento e dedicação foram essenciais a preservação do acervo raro e a catalogação e organização do acervo de obras valiosas da Biblioteca Pública do Estado da Bahia. A sociedade baiana foi grandemente beneficiada pelo seu trabalho na manutenção deste precioso acervo que preservará a cultura baiana para a posteridade. Merecida homenagem a esta notável bibliotecária. Meus agradecimentos e meus parabéns Celinha.

  3. Homenagem mais que merecida a Celia, competente e dedicada Bibliotecária!!cuidou do Setor de Obras Raras da Biblioteca Publica como se cuida de um filho, com responsabilidade, carinho , sempre presente, alegre e cuidadosa!! Nós que amamos os livros, somos imensamente gratos à nossa Querida Amiga, que tão bem cuidou da nossa memória , das nossas Bibliotecas, principalmente das Obras Raras, imprescindíveis a preservação da nossa memória!

  4. Rosana Nunes Damasceno 12 de março de 2023 — 12:11

    Rosânia Nunes Damasceno 12 de março de 2023 – 11:58
    Sim! Homenagem merecida a excelente profissional, que inspira pessoas que estejam ao seu lado, fui feliz por aprender, trocar e compartilhar as vivências desse ambiente acolhedor de conhecimento, sorte por ter D. Célia Matos fonte de muita sabedoria e colegas como ela comprometidas com o que faz e ama. O que nos fazia querer estar ali e voltar sempre, descobrir mais dessa fonte inesgotável. Obrigada querida!!

  5. Roberta Pinheiro Ferraz 12 de março de 2023 — 12:52

    Linda e merecida homenagem à Célia Matos, pessoa maravilhosa e profissional dedicada, que tive o prazer de conviver e aprender! Fomos colegas no Setor de Obras Raras e Valiosas, da BPEB, local que amei conhecer e trabalhar e que guardo boas memórias! Gratidão à Célia!

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