A Bahia não é exemplo da preservação de prédios, documentos e artefatos que representam a nossa memória escolar.

Em destaque: Foto da reinauguração do antigo prédio das Escolas Reunidas de Muritiba onde funciona a Biblioteca Lêda Nadir Leal Coelho publicada em texto do Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Muritiba, em 4/03/2020.

Disponível em https://www.muritiba.ba.gov.br/noticia/415/prefeitura-reinaugura-biblioteca-municipal-e-entrega-dois-novos-espacos-culturais

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A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO ESCOLAR ESTÁ PARA ALÉM DOS PRÉDIOS E DA SUA ARQUITETURA.

É NECESSÁRIO PRESERVAR TAMBÉM:

– O MOBILIÁRIO;

-OS ARTEFATOS UTILIZADOS NAS ATIVIDADES DIDÁTICAS;

-OS DOCUMENTOS PRODUZIDOS NA GESTÃO ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA DA ESCOLA ( OFÍCIOS, ATAS, RELATÓRIOS, PROVAS, CADERNETAS, REGIMENTOS, AMOSTRAS DE TRABALHO DE ALUNOS, FOTOGRAFIAS E VÁRIOS OUTROS).

Bons exemplos baianos de preservação de prédios e acervos escolares

Museu Pedagógico, em Vitória da Conquista

Um exemplo de preservação de um antigo prédio escolar e da adequação do seu uso para a guarda de documentos diversos sobre a história da educação local

Prédio do Velho Ginásio de Conquista, atual séde do Museu Pedagógico da UESB Foto disponível em https://www.blogdoanderson.com/2016/12/29/meio-ambiente-praca-sera-reconstruida-e-recebera-o-nome-do-ex-prefeito-jose-fernandes-pedral-sampaio/

No ano de 2003, o Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB foi instalado na cidade de Conquista, no chamado “Ginásio do Padre”, hoje denominada pela equipe do Museu como “Casa Pe. Palmeira”, graças a um acordo de comodato entre a Arquidiocese e a UESB e o  efetivo trabalho da sua equipe para buscar recursos externos e internos para a recuperação do prédio.

Sobre o Prédio

A construção do edifício ocorreu a partir da década de 1920, por iniciativa da Igreja Católica, com subscrição pública. Construído em parte, a Prefeitura Municipal o ampliou e ali manteve estabelecimento de ensino.

Segundo Medeiros (2003), após abrigar escola municipal e temporariamente o Educandário Sertanejo, propriedade do poeta Euclides Dantas, o prédio abrigou um ginásio transferido da Cidade de Caetité pelo Padre Palmeira. Posteriormente, nos anos 60, o prédio foi transferido para a Diocese que aí manteve o Colégio Diocesano transferido depois para outro local. Mas, o velho prédio continuou servindo à educação e cultura. Aí funcionou, nos anos 70, a Faculdade de Formação de Professores, embrião da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, e o Museu Padre Palmeira, ligado ao Arquivo Municipal. Atualmente o prédio encontra-se de posse da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) em regime de comodato celebrado com a Diocese de Vitória da Conquista, para abrigar, justamente, o Museu Pedagógico (MP) que tem sido um lugar de  estudo, reflexão, pesquisa, sistematização, produção e divulgação de conhecimentos e saberes que retratam a história da educação e da Ciência, no Município de Vitória da Conquista e região Centro Sul da Bahia.

Para saber mais sobre o Museu Pedagógico e prédio:

VEJA O VÍDEO ABAIXO

ACESSE OS LINKS

http://www2.uesb.br/museupedagogico/?page_id=42 e http://www2.uesb.br/museupedagogico/?page_id=1007

Memorial do Colégio Estadual da Bahia – Central

Um espaço responsável pela salvaguarda do patrimônio da instituição.

A implanatação do Memorial do Colégio Estadual da Bahia – Central vem sendo empreendida por Déborah Kelman de Lima, docente do colégio, licenciada em Filosofia, mestre em História e coautora das obras: Ensaios sobre Gênero e Educação, publicada pela Pró-Reitoria de Extensão da UFBA, em 2001 e História da Educação na Bahia, de 2008, publicada pela Arcádia, em 2008.

Sobre o prédio do Colégio Estadual da Bahia

O prédio foi construído no início da República para abrigar o Ginásio da Bahia, anteriormente denominado de Liceu Provincial e de Instituto Oficial de Ensino Secundário.

O diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia – IPAC, João Carlos de Oliveira, que é arquiteto, explica que, além do valor histórico, o colégio é constituído por um conjunto arquitetônico que testemunha a evolução dos estilos. “Os pavilhões foram construídos em épocas e linguagens arquitetônicas diversas. Passando pelo estilo Art Déco e chegando ao Modernismo, os edifícios preservam não só os partidos arquitetônicos e os estilos de tais linguagens, como também diversos elementos secundários, como escadas, esquadrias, pisos, forros, gradis, pinturas parietais, além de uma considerável coleção de mobiliário, objetos e equipamentos” LEIA MAIS EM …

http://escolas.educacao.ba.gov.br/noticias/estado-investe-mais-de-r-580-mil-na-preservacao-predial-e-arquitetonica-do-colegio-central

Para saber mais sobre a história do Colégio Estadual da Bahia, acesse:

Prédio da Escolas Reunidas Castro Alves, da cidade de Muritiba-BA

Atual Biblioteca Municipal

Foto da reinauguração do antigo prédio das Escolas Reunidas de Muritiba onde funciona a Biblioteca Lêda Nadir Leal Coelho. Publicada em texto do Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Muritiba, em 4/03/2020. Disponível em https://www.muritiba.ba.gov.br/noticia/415/prefeitura-reinaugura-biblioteca-municipal-e-entrega-dois-novos-espacos-culturais

O prédio das Escolas Reunidas CASTRO ALVES, da cidade de MURITIBA-BA, construído pelo Governo do Estado e inaugurado em 06 de março de 1927, foi uma das centenas de escolas idealizadas por Anísio Teixeira.

Passou por um período de deterioração relatado em https://www.diariodanoticia.com/2019/07/muritiba-saga-das-escolas-reunidas.html e foi finalmente restaurado e reinaugurado em 2020.

LEIA MAIS emhttps://www.muritiba.ba.gov.br/noticia/415/prefeitura-reinaugura-biblioteca-municipal-e-entrega-dois-novos-espacos-culturais

O CRMEMO UNEB

Um centro de referências em fase de implantação

Sala do Projeto Memória no PPGEduC da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação – Campus I, onde se encontra em fase final de organização o CRMEMO – Centro de Referência do Projeto Memória. Foto do acervo do CRMEMO

Embora ainda em fase de institucionalização, o Centro de Referência do Projeto Memória da Educação já tem uma história no que se refere à recolha de documentação, ao estímulo à preservação de nossa memória escolar e realização de estudos de história da educação na Bahia.

O descaso baiano pela preservação do patrimônio e da memória

Apesar dos exemplos acima, nós baianos não somos exemplos de preservação de prédios, documentos e artefatos que representam fases e aspectos da nossa história.

Patrimônio em ruínas é o texto do Jornal Metropole que faz um roteiro pelas ruas da capital baiana e aponta espaços e imóveis históricos abandonados pelos poderes públicos

No texto os autores criticam a falta de “consciência patrimonial” em Salvador e dizem:

Para quem já conhece Salvador (ou provavelmente acha que conhece), o roteiro, desta vez, vai ser um pouco diferente. Não vamos passar pelo novo centro empresarial, pelas praias e nem pelos pontos turísticos mais conhecidos. As cenas serão muito semelhantes: tapumes, vegetação crescendo, acúmulo de lixo, insetos, e, vez ou outra, um vigia solitário, dando indícios de que há algo realmente valioso por baixo de todo aquele desleixo. Mas, mesmo com companhia – já adiantamos desde o início -, a presença mais marcante é o silêncio do abandono, que cala até mesmo a história (Bélit Loiane e Mariana Bamberg. Jornal Metropole, Salvador, 13 de julho de 2023).

LEIA AQUI O TEXTO COMPLETO

https://api.metro1.com.br/arquivos/jornal/442/ARQUIVO_JORNAL.pdf

Exemplos de preservação vindos de outros lugares

Fontes de inspiração para os baianos?

A preservação dos prédios das escolas do imperador no Rio de Janeiro

Ao final da Guerra do Paraguai, houve um movimento entre comerciantes para angariar fundos para erguer uma estátua equestre de Pedro II. O Imperador decidiu que os fundos angariados seriam usados para a construção de escolas denominadas de Escolas do Imperador. A partir de 1870 foram construídas oito escolas. Quase um século e meio depois, algumas delas ainda estão de pé e são tombads, funcionado como colégios municipais e estaduais ou sediam órgãos públicos.

Seis dos oito prédios conseguiram sobreviver. Quatro ainda funcionam como escolas da rede municipal do Rio de Janeiro. Dos outros dois prédios, um foi transformado no Centro Cultural José Bonifácio, vinculado à Secretaria das Culturas da Prefeitura da Cidade do Rio e Janeiro, e, o outro, abriga o Colégio Estadual Amaro Cavalcanti.

(Informações no texto Escolas do Imperador, disponível em http://www0.rio.rj.gov.br/sme/crep/escolas/escolas_imperador/escolas_imperador.htm)

Escola Pública da Glória no Rio de Janeiro. Foto em Le Brésil, obra de autoria de Lévasseur, publicada em Paris no ano de 1889. Localizada na Biblioteca Digital do Senado Federal.

A Escola Pública da Glória foi construída na antiga Praça Duque de Caxias, atual Largo do Machado, com recursos públicos, sendo inaugurada em 10 de abril de 1875.

Em 16 de fevereiro de 1963, pelo Decreto 1522, a Escola passou a se chamar Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, em homenagem a Amaro Cavalcanti Soares de Brito, Prefeito da Cidade de 15 de janeiro de 1917 a 15 de novembro e 1918. Foi tombada pelo Decreto  n° 9414 de 21 de junho de 1990 e ainda funciona como escola.

Para saber mais sobre as escolas do Imperador, acesse:

http://www0.rio.rj.gov.br/sme/crep/exposicoes/exposicoes.htm (Centro de Referência da Educação Pública) e http://urbecarioca.com.br/escolas-do-imperador/

 Museu da Escola Catarinense

O MESC foi criado em 1992 e tem como objetivo principal sua consolidação como espaço educativo não formal, responsável pela preservação do patrimônio cultural catarinense ligado à Educação. Seu objeto é especificamente a Educação Escolar, estabelecendo similaridade com outro museu desta natureza no Brasil, o Museu da Escola de Minas Gerais, primeiro no gênero no país, que guarda a memória da educação escolar do Estado, com ênfase no trabalho do professor e no seu fazer cotidiano.

Informações em https://www1.udesc.br/?id=2035.

Sobre o prédio

O prédio abrigou inicialmente a Escola Normal Catharinense e após diversas mudanças, foi destinado para a instalação do Museu da Escola Catarinense – MESC. Através do Decreto Municipal nº 521/89, de 21 de dezembro de 1989 vários prédios integrantes do conjunto histórico do centro da cidade foram classificados, de acordo com sua importância histórico/arquitetônica, em categorias e o Museu da Escola Catarinense está classificado como P1. Estes são os imóveis, que pelo seu valor excepcional ou monumentalidade, são totalmente preservados tanto o interior como o exterior, não podem ser demolidos nem modificados 

Texto transcrito de  https://www1.udesc.br/?id=2035.

REGISTROS DE UMA VISITA AO MESC

Uma das editoras do Blog Modos de Fazer Educação na Bahia registrou em fotos sua visita ao Museu da Escola Catarinense, em agosto de 2023.

VEJA FOTOS DE AUTORIA DE LADJANE ALVES SOUSA

Vitrine com materiais didáticos usados nas escolas

Sala de aula com mobiliário usado nas antigas escolas

Antigos modelos de carteiras para alunos

Vitrine com utensílios usados no cotidiano das escolas antigas

Exposição de exemplares de materiais impressos usados nas atividades didáticas (caderno de desenho, livros)

Mimeógrafo (Equipamento usado antigamente na escola para reproduzir cópias de textos)

Modelos de lousas utilizados para a escrita dos alunos

Para saber mais sobre o Museu Catarinense acesse https://www1.udesc.br/?id=2035 ou faça uma visita ao museu através do link http://www1.udesc.br/museudaescola

Para conhecer outros museus, leia o e-book Museu da escola catarinense da udesc e outros museus do mundo: memória e história visual acessando o link https://acrobat.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:27abe66c-b605-308c-952f-1c066033fe4f

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