Sendo o mês de Abril destinado à comemoração da criação desta instituição de formação docente tão importante para a história da educação na Bahia e no Brasil, o Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo, apresenta a Exposição Escola Normal da Bahia além do tempo – uma história narrada em fotos, com o intuito de, por meio de uma breve linha do tempo fotográfica, apresentar a você, visitante desta página, a trajetória da Escola Normal da Bahia, no que tange à formação docente, educação feminina e sua importância para a sociedade baiana da época.

Fonte: Franca, 1936.
Criada a partir da Lei número 37 de 14 de Abril de 1836, a Escola Normal da Bahia, deveria habilitar pessoas para o ensino nas escolas primárias. Embora tendo sua Lei de criação datada de 1836, o curso que inicialmente possuía duração de dois anos, só foi inaugurado no mês de outubro de 1841, na presença de autoridades civis e militares, inclusive do diretor do Liceu, bem como do presidente da província.
Embora a Lei de 1836, prescrevesse o curso normal para Senhoras, foi a partir do Regulamento de 1842 que estas passaram a frequentar o curso normal em dias alternados e, segundo Marta Lima (2006, p. 31; 120) a Escola Normal contava “[…] já em seu primeiro ano de funcionamento com uma aluna matriculada”.
A partir daqui, fica o convite para que ao rolar a barra desta página, por meio das fotografias e imagens de documentos históricos, você realize uma pequena viagem no tempo, ative memórias de sua formação escolar e quem sabe, ative a memória dos seus amigos e familiares que estiveram presentes na Escola Normal da Bahia, seja como estudante do curso de formação de professores primários ou como estudante das escolas anexas.

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo.
Anna Joaquina foi Monitora da escola de meninas da freguesia de São Pedro, dando lições de teoria e prática (1847 a 1850), Professora de Gramática e Ciências da Escola Normal (1863-1865; 1868-1869), primeira professora da Escola Normal em exercício desde 1847 e Diretora do Internato Normal de Senhoras de 1861 a 1880.

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).

Fonte: Center for Research Libraries.
Fonte: Center for Research Libraries.
Em 1861 o prédio do Palacete Cerqueira Lima foi alugado para a instalação dos internatos normais da Bahia. Alípio Franca (1936) dá indicativo de que para a execução do Regulamento Orgânico, o internato de homens foi instalado neste prédio da Vitória e o de senhoras no prédio ao lado. Como se vê nas imagens, o palacete era um prédio vasto e arejado com um jardim arborizado e espaçoso, além de oferecer excelentes acomodações.

Fonte: NARCISO. Disponível em: << http://www.vanezacomz.com.br/2015/09/exposicao-100-anos-da-avenida-sete-de.html>>. Acesso em: 15 Abr. 2018.
A fonte da imagem não indicou a data em que a fotografia foi retirada
O Palacete utilizado para a instalação do curso normal estava localizado em uma região reservada, afastada do centro da cidade e, portanto, longe de movimentações constituindo-se em um prédio salubre, que proporcionaria momentos de calma, higiene física e moral aos internos, características que atendiam aos preceitos higiênicos e médicos da época.
Fonte: Salvador Antiga. Disponível em:<< http://www.salvador-antiga.com/vitoria/vitoria-barra.htm>>

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
Tendo em vista, a crescente procura feminina pelo Internato Normal de Senhoras, este curso de formação para professoras passaria por diversas reformas curriculares e mudanças quanto ao local de funcionamento, de modo que data de 1877 a aquisição de um prédio, mais amplo, melhor localizado e com melhores acomodações. Este foi o prédio do Comendador Geremoabo, adquirido após ser examinado pelos doutores da saúde pública, das obras públicas, da diretoria da instrução e da direção do Internato Normal de Senhoras. Diante do número cada vez mais crescente de senhoras buscando o curso normal, o prédio foi considerado como mais adequado e de fácil acesso para as normalistas, por situar-se no atual bairro de Nazaré, próximo a Capela do Sagrado Coração de Jesus, em uma região central da cidade de Salvador/BA.

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
Na época de sua aquisição, o prédio necessitou passar por alguns reparos, sofrendo reformas internas e o acréscimo de pavilhões construídos em áreas externas para uso das escolas anexas e inaugurados por volta de 1898.
Fonte: Salvador Antiga. Disponível em: <<http://www.salvador-antiga.com/nazare/sagrado-coracao.htm>>. Acesso em: 13/04/2021.
Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
A Escola Normal funcionaria neste prédio até o meados da década de 30 e início da década de 40, quando constantes solicitações de reformas ou adequações do prédio ao público que a procuravam eram reclamados entre estudantes, professores e professoras, diretores e diretoras da referida escola, de modo a iniciar-se nesse período o projeto de construção do Instituto de Educação da Bahia ou Instituto Central Isaías Alves (ICEIA).

Escola Getúlio Vargas.
Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).

Cabe salientar que, apesar de oficialmente, a prática de ginástica ou educação física, somente ter sido liberada para o público feminino, a partir do ano de 1927 com as lutas empreendidas por Henriqueta Catharino, a prática de exercícios físicos na Escola Normal de Senhoras era comum, de tal forma que, desde 1904 as alunas do curso normal desenvolviam ao longo do ano de atividades escolares a prática de exercícios de calistenia.

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo.

Fonte: Acervo do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC).
E assim, encerramos esta breve exposição Escola Normal da Bahia além do tempo – uma história narrada em fotos, que buscou de modo dinâmico, apresentar por meio de fotografias e registros documentais aspectos da história da Escola Normal da Bahia. Esperamos , visitante do nosso Blog, que a exposição tenha aguçado a sua curiosidade em relação a formação docente na Bahia. Use o formulário ao final desta página para deixar suas impressões sobre a nossa exposição.
Para mais informações sobre o tema, acesse https://modosdefazer.org/artigos-eventos-monografias-e-outras-producoes-gpec-2009-2018/ visite nossa seção Dissertações, Teses e Artigos e aprofunde o seu olhar sobre a história da educação na Bahia por meio das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC) e outros grupos de pesquisa.
Veja também: A ESCOLA NORMAL E A FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO
PRIMÁRIO NA BAHIA ENTRE 1842 E 1889– acessando: http://www.cdi.uneb.br/site/wp-content/uploads/2019/02/TIANE-MELO-DOS-ANJOS.pdf
Ou entre em nossa seção https://modosdefazer.org/repositorios-de-textos/ para ver uma breve descrição do livro ESCOLAS NORMAIS DA BAHIA organizado por Ione Celeste Jesus de Souza e Antônio R. Seixas da Cruz.
CRÉDITOS
SELEÇÃO DAS IMAGENS E ORGANIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO: Tiane Melo dos Anjos
FONTE DAS IMAGENS E TEXTOS: As imagens referendadas como pertencentes aos Arquivo GPEC foram obtidas em Franca, 1936 e através de levantamentos realizados, principalmente, no Arquivo Público do Estado da Bahia, na Biblioteca Central da Bahia (BCEB) e na biblioteca do Instituto Central de Educação Isaias Alves (ICEIA)
Foram também utilizadas imagens localizadas nos sites abaixo relacionados:
http://ddsnext.crl.edu/brazil (em Center for Research Libraries)
http://www.vanezacomz.com.br/2015/09/exposicao-100-anos-da-avenida-sete-de.html
Sobre a autora:
Tiane Melo dos Anjos é uma das editoras do Blog MODOS DE FAZER EDUCAÇÃO NA BAHIA. Pedagoga, formada pela Universidade do Estado da Bahia, Mestre em Educação e Contemporaneidade pelo Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade, está como Coordenadora Pedagógica na rede estadual da Bahia, e assumiu recentemente o cargo comissionado de Vice-diretora na escola estadual onde é lotada no município de Simões Filho.
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Elizabete, respondi por email. Ficaria muito feliz mesmo de conseguir uma cópia. Abraço!
Informe alguma coisa sobre você ( o que faz? De onde você é?,Onde estuda? Para que deseja o livro e…
Olá, professora Elizabete! Estou atrás deste livro do Borges dosReis (leituras c.). Como posso consegui-lo? A senhora tem? Poderia me…
Gratidao as professoras e educadoras Dilza Atta e Ana Celia Silva pela seriedade, profissionalismo, perseverança e fe, na luta por…
Parabéns Professoras,muito feliz com os seus feitos.
Por favor, pode nos informar quando foi inaugurado o prédio do Barbalho do Instituto Normal da Bahia?
pESQUISAMOS MAIS DETALHADAMENTE O PERÍODO DE 1889 A 1930. TEMOS DOCUMENTOS QUE INDICAM A CONCLUSÃO DA CONSTRUÇÃO DO PRÉDIO EM 1939. Em 1940 as escolas anexas a Escola Normal foram transferidas para Escola Getúlio Vargas prédio construído como uma anexo da Escola Normal do Barbalho. Segundo documento que estou enviando para o seu e-mail no momento de Getúlio Vargas (1940) a Escola Normal ainda não estava funcionando (possivelmente problemas de equipamento, tratava-se de um prédio grande com muitos espaços específicos) Nos documentos de que dispomos não encontramos data de inauguração (uma pesquisa nos jornais da época e em relatórios no interventor de plantão naquele momento (Landulfo Alves pode esclarecer a questão)