Por políticas públicas de valorização de nossas “instituições de memória”

Em destaque: Palácio do Governo do Estado da Bahia em Postal J. Mello colorizado, anterior ao bombardeio de 1912, quando a histórica Biblioteca Pública ainda estava instalada no Palácio. Disponível em:

http://www.salvador-antiga.com/praca-thome-souza/palacio.htm

Esta é nossa edição Pós-Carnaval, no início do mês de março de 2023, voltada para a valorização de nossas “instituições de memória”

Nos primeiros meses do ano de 2023 observamos a renovação dos quadros da administração pública em nosso estado. Talvez, o início de um novo governo que se instala seja o momento propício para reafirmar a importância daquelas que podemos chamar de nossas “instituições de memória” tomando, por empréstimo, para designar museus, centros de documetação, bibliotecas e arquivos a teminologia adotada por Chagas em 2002, como indicam Castro e Gastaud, https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2014/SA_01126.pdf, em 2014.

Ao registrar na primeira exposição do ano de 2023 a experiência do GPEC nos diversos centros de guarda e preservação de documentos históricos do estado da Bahia ressaltamos a importância desses centros e, ao mesmo tempo, prestamos uma homenagem aos seus valorosos profissionais. A exposição e o outro texto em produção para compor a edição pós-carnaval também contemplam os objetivos de:

Destacar a necessidade de políticas voltadas para reunir, preservar, e guardar os documentos sobre nossa memória pedagógica produzidos nas diversas instâncias públicas e privadas, inclusive nas escolas;

Alertar para a necessidade de criar normas de acesso a esses documentos e, consequentemente, para o treinamento das escolas e dos órgãos da administração responsáveis pela guarda da documentação educacional e escolar nas diversas regiões do estado e dos municípios.

Em nossa edição pós – carnaval, no mês de fevereiro de 2023, trazemos três textos:

  • Um texto provocação ( que já está disponível abaixo neste post)

Para ver os outros textos da Edição fevereiro 2023, acesse os links abaixo:

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Texto – Provocação fevereiro 2023

Transcrição de trechos do prefácio de autoria de Hildenise Ferreira Novo e Maria Isabel de J. S. Barreira 1

As bibliotecas, embora existam desde a Antiguidade, se transformam e se renovam de modo a se adaptar aos novos modelos de sociedade e aos modos de convivência humana. A biblioteca pública (BP) é constituída historicamente como equipamento cultural, por cumprir o papel de democratizar o acesso à informação, à educação e à cultura, e pelo seu caráter de um espaço de sociabilidade. Na contemporaneidade, portanto, se torna imperativo aos seus agentes conhecer o lugar que ela ocupa, seus conceitos, as políticas públicas que incidem na sua gestão e seus impactos para atender as demandas sociais advindas das mudanças culturais em curso, bem como das novas formas de produzir e disseminar o saber. […].

O desafio que a biblioteca pública enfrentará nos próximos anos deste século é, sem dúvida, complexo para o campo da biblioteconomia, ao se considerar, principalmente os países do hemisfério sul do planeta, integrantes de economias que enfrentam grandes dificuldades para se constituírem como sociedades igualitárias.

Nesse contexto desafiador, é possível conceber a biblioteca pública emergindo como importante instituição representativa do poder público e grande responsável por promover, democraticamente, o acesso aos conteúdos informacionais tanto nos formatos físicos quanto nos modelos mais avançados de tecnologia de informação. Para que esse papel seja de fato cumprido com qualidade, é imprescindível que as bibliotecas integrem as agendas dos governos, visando investimentos constantes que permitam que esses equipamentos socioculturais acompanhem os avanços e atendam as mais variadas demandas.

A biblioteca pública no Brasil contemporâneo expressa progressos no modo como a oferta de informação é tratada e disponibilizada aos in teressados. Verifica-se que as bibliotecas possuem tecnologias capazes de permitir que seus acervos sejam acessados presencial ou virtualmente, além de uma série de serviços que contribuem para quebrar as barreiras da decifração da escrita para analfabetos e da “leitura” de textos para os deficientes visuais, conforme a necessidade. Contudo, a grande maioria das bibliotecas públicas dispersas pelo país ainda funciona com estruturas e recursos tecnológicos de tempos pretéritos, resultado de limitadas políticas públicas para este setor.

Assim, assiste-se a emblemáticas bibliotecas públicas brasileiras passarem por toda ordem de dificuldade para se manterem em funcionamento, justamente quando deveriam ter alcançado um patamar de respeito e acolhimento do poder público e de reconhecimento coletivo que valorizasse seu papel social. As BP, se bem estruturadas, são capazes de contribuir para atenuar os problemas verificados no campo da educação e da cultura do país, mas, desde os primórdios até o momento presente, as BP no Brasil lutam para cumprirem plenamente o seu papel.

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1 O texto é parte do prefácio da obra Para que serve a biblioteca pública? : novas configurações para o século XXI organizada por Bruna Lessa e Ivana Lins e publicada, em Salvador, pela EDUFBA, em 2021. Disponível em https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34498

Caro leitor, o texto foi selecionado em razão de apontar questões e problemas que estão presentes nas diversas instituições de memória do estado da Bahia – bibliotecas e outras. Leia e se prepare para degustar em breve a Exposição fevereiro 2023- Os centros de guarda da memória da educação na Bahia e a Homenagem à bibliotecária Célia Matos

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Algumas charges sobre as bibliotecas

Na tirinha acima “Mafalda”, personagem famosa, criada em 1964 pelo cartunista argentino Joaquín Salvados Lavado, mais conhecido como Quino, faz uma reflexão em relação às bibliotecas e bancos comerciais. Retirada do texto Imagens dos Bibliotecários Desveladas por meio de Charges da autoria de Moreira Shitsuka;  Ricardo Shitsuka e Pereira publicado na Revista Research, Society and Development, vol. 8, núm. 7, pp. 01-22, 2019, da Universidade Federal de Itajubá. Disponível em:

https://www.redalyc.org/journal/5606/560662198033/html/. Acesso28/2/2023.

Charge no site Biblioo disponível em : https://biblioo.info/charge-caderno-especial-01/

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