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190 ANOS DE EDUCAÇÃO OFICIAL EM LAURO DE FREITAS
Por Gildásio Vieira de Freitas
Basta examinar atentamente os textos históricos, parar para pensar e perceber que uma das primeiras formas de se manifestar do ser humano foi através das artes.
Os achados nas cavernas, de pinturas ou gravações rupestres nas paredes, representando toscamente animais e seres humanos estáticos ou em atividade; de objetos cerâmicos ou de artefatos esculpidos em pedras ou ossos revelam que desde os chamados tempos pré-históricos, as artes foram amplamente utilizadas como meios de comunicação.
Toda vez que se noticia a descoberta de mais um grupo indígena ainda totalmente isolado na selva, um dos traços em comum em todos eles, é a presença de cantos, danças e encenações nos seus rituais. E assim eles aprendem dos seus antepassados educam os seus descendentes.
Nas cavernas, em pedras e vegetais, igualmente são inúmeros os achados de sinais que se constituíram em formas primitivas de escrita, que só muitos séculos depois se aperfeiçoou com a invenção da máquina tipográfica por Gutenberg na Alemanha, dando origem à imprensa de tipos móveis como a conhecemos hoje, mais recentemente enriquecida substancialmente com a revolução digital.
Nas terras ipitanguenses não foi diferente: primeiro foram os indígenas com os procedimentos acima citados, seguido pelos jesuítas que foram chegando aqui muitos séculos depois, aonde denominaram Santo Amaro do Ipitanga e introduziram suas aulas de catequese, mas os primeiros registros mais antigos relativos à construção de uma escola em Santo Amaro de Ipitanga que conseguimos localizar está no livro de Braz do Amaral, da Academia de Letras da Bahia, editado pela IOB – Imprensa Oficial da Bahia, em 1923, e tem por título História da Bahia – Do Império à República. Transcrevemos abaixo um trecho do capítulo, extraído das páginas 58 e 59.
Relação das Escolas de Primeiras Letras e dos lares onde devem ser colocadas a que se refere a conta que a acompanhará à saber.
COMARCA da CIDADE
No termo da cidade
Huma dita na povoação de Itapoan, freguesia de santo Amaro da Ipitanga.
Huma dita no povoado da Freguesia de Santo Amaro de Ipitanga.
Bahia e Salla das Sessoens do Conselho Geral da Província da Bahia , 19 de maio de 1830
João Ladislao de Figueiredo e Mello, V. P. – João Ricardo da Costa Dormundo, Secretário
João Ladislau era, coincidentemente, o proprietário do Engenho Caji, hoje um dos bairros em grande desenvolvimento urbano no Município de Lauro de Freitas.
No ano de 2020 completaram-se, portanto, 190 anos de educação oficial nas terras que hoje formam o nosso município, o que passou desapercebido por causa da pandemia.
Mas ao iniciarmos o ano de 2021, estamos iniciando também a década que terminará com o ano de 2030, quando transcorrerá a passagem do bicentenário desse evento.
Decidi então dedicar essa década à educação, contribuindo de diversas maneiras através de cordéis educativos, peças de teatro, exposições, palestras e encontros dentre outras atividades.
Para desenvolver esta intensa programação, tenho a honra de contar inicialmente com a parceria de Ladjane Alves Sousa, mestra em educação e pedagoga pele Universidade do Estado da Bahia – UNEB, professora e coordenadora pedagógica do Município de Lauro de Freitas onde reside atualmente, membro do Grupo de Pesquisa em Educação e Currículo (GPEC), através da qual recebi o honroso convite para relatar na edição do mês de janeiro do Blog Modos de Fazer Educação a minha experiência na preservação da memória do município de Lauro de Freitas e meu interesse pela história da educação local. Esse convite foi referendado pela professora Doutora Elizabete Conceição Santana que é a idealizadora do GPEC e deste blog.
Ao mesmo tempo o ano de 2021 tem para mim um significado especial, pois no ano de 1971 fui aprovado em um concurso, passei a exercer a função de monitor do Telecurso do IRDEB (Instituto de Radiodifusão Educativa do Estado da Bahia), ingressando na área da Educação e assumi, juntamente com o saudoso companheiro e amigo Giuseppe Talento, a comissão dos festejos do Rio Vermelho referendado pela Superintendência de Turismo da Cidade de Salvador – SUTURSA, hoje SALTUR, ingressando paralelamente na área cultural.
Com imenso orgulho comemoro meio século de dedicação a Educação e a Cultura com entusiasmo e disposição para compartilhar um pouco da minha experiência.
Sobre o autor
Gildásio Vieira de Freitas é professor, historiador e pesquisador interessado em história local e regional. Vem se dedicando ao estudo da história de Lauro de Freitas e divulgando os resultados da sua investigação em diversas obras, inclusive, livros didáticos para crianças e adolescentes. Sobre outros aspectos do trabalho do professor convidamos o leitor a visitar nossa seção Exposição Escolar ou acessar o link abaixo:
Exposição do mês de Janeiro 2021- GILDÁSIO VIEIRA DE FREITAS: Guardião da Memória de Lauro de Freitas
As informações e opiniões expressas no texto – provocação são de inteira responsabilidade dos seus autores. O texto-provocação é um recurso pensado para estimular os leitores do Blog a expressarem sua opinião sobre temas e questões de interesse para a educação e a história da educação. Por isso, é parte essencial da Seção EM DISCUSSÃO.
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