Na foto em destaque: Professora regente, aluna e estágiária (normalista do ICEIA) posicionadas na sala da diretora da escola para uma fotografia que será usada para compor a lembrança que simboliza a conclusão da 4ª série do ensino de 1º grau e a passagem para uma nova etapa da escolarização. (Foto do ano de 1988 em documento do acervo de Verônica de Jesus Brandão)
Nós, as editoras do Blog Modos de Fazer Educação saudamos nossos colegas, os professores baianos, nesse 15 de outubro.
EDITORAS DO BLOG






Assinam a saudação: (ao alto, na foto) Cândida, professora em Morro do Chapéu; Verônica, professora do CMEI Baronesa de Sauípe; Elizabete, professora aposentada UNEB ; (abaixo) Ladjane, professora e coordenadora pedagógica na rede municipal de Lauro de Freitas, Lília, professora da rede municipal, em Salvador; Tiane, vice-diretora de escola estadual, em Salvador.
Profissionais da educação do sécculo XXI relembram seus professores dos anos iniciais de escolarização
A professora Verônica retirou do seu baú de recordações a foto de um artefato escolar muito presente, em décadas passadas, ao final do ano letivo. Quando se anunciavam os resultados dos exames e as férias, os professores distribuíam ou estimulavam os alunos a confeccionar em cartolina e em outros materiais álbuns e pequenos cartazes, que demarcavam o fim das atividades escolares e as boas lembranças que deveriam ser preservadas do período letivo que se deixava para trás.

Verônica relembra: A professora Maria de Lourdes atuava na sala da 4ª série em 1988, na escola Sinésio Ramos, que ficava situada no Bairro do Barbalho . Eu lembro com muito carinho da pró Lourdes, ela tinha uma forma diferente de ensinar. Ela era uma professora diferente. Tratava a gente com atenção e carinho. Suas aulas eram com exemplos práticos e sempre que possível trazia materiais para que pudéssemos manusear e visualizar melhor o que estava explicando. Como ela morava perto da escola, sempre passávamos pela casa dela. Mesmo depois de sair da escola lembro de ter visitado a pró Lourdes em sua casa. A foto acima foi tirada como lembrança da 4ª série, estamos arrumadas na sala da diretoria, a professora Maria de Lourdes vestida de vermelho eu ao meio e, do outro lado, vestida de blusa azul a estagiária Adalgisa (aluna do ICEIA).
A Escola Sinesio Ramos foi extinta. Em 1988 a 4ª série era o término do primeiro ciclo do 1º grau (1ª a 4ª série).
Verônica de Jesus Brandão é mestra em educação e professora na antiga Escola Baronese de Saúipe, em Salvador, que em outros tempos foi modelo para a educação infantil. Atualmente a escola é um CMEI.
Magali relembra a sua professora da 1ª série Valdete de Lima Santos, na Escola Santa Rita, escola de uma sala só, no bairro Marechal Rondon, em Salvador Ba. Acesse o áudio para ouvir a narração de Magali:
Magali Santos Reis é Coordenadora pedagógica no município de Candeias, Bahia.
Luciana relembra sua professora na Escola Municipal Djalma Bessa na cidade de Jussara- Bahia. Veja relato:
Luciana Mendes da Silva é professora da Rede Municipal de Salvador
A professora Sara traz um interessante relato sobre a professora Hester Feitosa de Ilha de Maré na Baía de Todos os Santos.


Nas fotos a professora Hester realizando atividades com seus alunos
Hester Feitosa, já ouviram falar dela? Na Ilha de Maré localizada na Baía de Todos os Santos, todos os moradores já ouviram falar dessa professora que sempre buscou fazer de suas aulas um convite à inclusão, imaginação, criatividade e um espaço de amor o que nos leva a lembrar uma citação do nosso saudoso Paulo Freire: Não se pode falar em educação sem amor. E foi esse amor que a mobilizava nas marés baixas, sendo também marisqueira, a catar mariscos (chumbinho) para poder arcar com os custos da profissão. Eu tinha apenas 14 anos quando sensibilizada por esse nobre gesto, decidi que seria Hester Feitosa, seria uma professora também. E aqui estou, colega de profissão e amigas do coração celebrando com ela mais um dia em que se comemora o dia dos professores. Gratidão tia Teté como a chamo carinhosamente por ter me apresentado de maneira tão singular o verdadeiro sentido de mudar história dos nossos pequenos. Com seu exemplo sigo, assim como o escritor Augusto Cury, acreditando que Educar é semear com sabedoria e colher com paciência….
Sara Dias Correia é professora CMEI- Baronesa de Sauípe
Álvaro Zózimo e José Francisco de Sá Teles relembram seus professores na escola primária da Primeira República
AS RECORDAÇÕES DO PROFESSOR ZÓZIMO
O professor Alvaro Zózimo registrou em um livro suas memórias como aluno da escola primária por volta das duas primeiras décadas do século XX . Além de usar a escrita, adotou o desenho como forma de demonstrar como era a escola daquela época.

Velhos professores da Escola Primária.
Fonte: Desenho de Álvaro Zózimo no livro. Sempre a serviço da Educação. Uma experiência de vida de mais de 80 anos. ( IAT/UNEB, 1998)
Sobre seus professores, Zózimo escreve na página 27 do livro Sempre a Serviço da Educação:


Diplomado pela Escola Normal da Bahia, o professor Alvaro Zózimo, declarou que, ainda estudante, atuou como “professor a domicílio”. Posteriormente, exerceu vários cargos e também foi professor da Escola Normal da Bahia e da Escola Nossa Senhora Auxiliadora (conhecida como escola da Professora Anfrísia Santiago). Foi Diretor da Escola Parque, em 1956.
Clique no link abaixo para ler descrição e resumo do livro Sempre a Serviço da Educação que teve sua publicação apoiada pelo IAT/ UNEB, em 1998.
RECORDAÇÕES DO PROFESSOR JOSÉ FRANCISCO DE SÁ TELES
A professora Verônica de Jesus Brandão em sua monografia de conclusão do curso de graduação tomou como fonte o livro do professor Francisco de Sá Teles. Transcrevemos abaixo alguns trechos da monografia que reproduzem memórias doprofessor sobre os seus primeiros anos de escolarização.
No ano de 1924 Sá Teles era uma criança de nove anos e é a partir deste período que rememora seus primeiros professores. O primeiro deles foi o mestre-escola Augusto Salles, que era professor leigo. O seu saber era proveniente de sua experiência de vida, mas para Sá Teles ele “foi um sábio.” (p.18)
Como era costume da época, os mestres eram hóspedes nas casas que contratavam seus serviços. O pai de Sá Teles contratou o professor Augusto Salles para lecionar para ele e os outros meninos da comunidade local. Está pratica aproximava ainda mais o mestre de seus discípulos, pois como relata Sá Teles (1989) seu mestre “após o jantar, passava horas inteiras palestrando com meu velho, explicando-lhe coisas numa linguagem descritiva, que o deixava admirado”. (p.18).
O meu primeiro professor público formado, Ângelo Costa, em 1925, usava palmatória e régua de jacarandá, esta de uns 70 centímetros de comprimento, com a qual nos castigava as pernas, ás vezes a ponto de ficarem roxas.
Os bolos eram um suplicio, e, ás vezes, aplicados não por questão de indisciplina, mas por uma resposta, má-criação ou lição mal sabida.
Por isto, engrandeço o meu velho mestre Augusto. Não que não tivesse os seus momentos de ira sagrada. Mas, sobre a sua mesa não existia instrumentos de castigos ou coerção de seus discípulos… (1989, p.32)
Falando do seu primeiro professor, dizia:
Na sala de classe, grande era o respeito que nutríamos pelo mestre. Não excedia na aplicação de castigos físicos, numa época em que o professor era o todo-poderoso. Era tolerante e quase sempre amigo. Algo nos situava, aos alunos, no centro de sua bondade e compreensão. (SÁ TELES, 1989, p.18).
O período das recordações de escola de Sá Teles, situa-se entre 1924 a mais ou menos 1928 e é regido por uma legislação que visa: reformar o ensino público no Estado da Bahia.
Outro mestre que fez parte dos primeiros anos escolares da Sá Teles, foi o professor Ângelo Justiniano Costa, este era diplomado na Escola Normal da Bahia e possuía fama. Por insistência do antigo mestre, o pai de Teles em 1925 o enviou para continuar na cidade de Seabra seus estudos. É ai que ele conhece Ângelo. Relembra em suas memórias:
Ângelo Costa, este meu mestre primário, era um homem de respeito e prestigio na pequena cidade de Seabra. Mas para mim, o meu modelo continuava sendo o velho Augusto, cuja pedagogia humanizada, eu achava muito mais natural. Ângelo ensinava a aritimética no bolo de palmatória. Com Augusto Salles, a gente aprendia cantando, a tabuada. (SÁ TELES, 1989, p. 19)

O professor José Francisco de Sá Teles foi aluno da Escola Normal da Bahia e licenciado pela Faculdade de Filosofia da UFBA. Foi professor de escola rural, diretor de Grupo Escolar no interior do estado, Inspetor escolar na gestão de Isaías Alves. Exerceu muitos outros cargos importantes na área da educação estadual e nacional.
Para saber mais sobre suas memórias de aluno da escola primária leia o texto A relação professor-aluno nas recordações dos tempos de escola do professor Sá Teles que constitui o item 5.5. da monografia de Verônica de Jesus Brandão.
Acesse aqui a Monografia de Verônica. .
E AQUI NOS DESPEDIMOS…
Esperamos que no outubro de 2023 os bons ventos que se anunciam agora, no final de 2022, se tornem realidade trazendo mudanças positivas para a classe dos profissionais da educação.
Finalizando, deixamos vocês com a música “Ao mestre com carinho”
A música é uma adaptação de “To sir, with love” do filme estrelado por Sidney Poitier. O filme trata da história de um professor idealista que é confrontado por uma classe de adolescentes “problematizadores” e socialmente desajustados e no Brasil recebeu o título de “Ao mestre com carinho“.
PROFESSORES FIQUEM ATENTOS. TEM MAIS HOMENAGENS
Para celebrar o mês de outubro o Grupo Memória da Educação da Bahia criou o projeto OUTUBRO NO MEMÓRIA. Durante todo o mês serão publicados cards com informações sobre professores que ajudaram a construir a escola em nosso estado. Acesse
https://www.instagram.com/p/CjRLAbmJn96/?igshid=YjQ1MTAwYjQ%3D
OU
(2091) Grupo Memória da Educação na Bahia – YouTube
Parabéns!! Por esse espaço que reúne muitas memórias afetivas que só confirnam a escola como mais um ambiente de socialização e formação. Dizem que a vida é feita de marcas…
Que deixemos marcas positivas em nossos alunos e em nossa trajetória como profissional da educação.
Felizz Nosso Dia!! Gratidão a pró Vera pela oportunidade em divulgar aqui um pouco da realidade das escolas quilombolas, através da história de tia Hester Feitosa.
Obrigada pelo retorno. O blog está aberto para novas contribuições que você queira fazer. Obrigada vapor confiar em nós para divulgar informações e sentimentos que são importantes para você
Grata ficamos nós pela partilha Sara. Você nos brindou com esse importante e significativo relato sobre o trabalho de Hester em Ilha de Maré.
Grata ficamos nós pela partilha Sara. Você nos brindou com esse importante e significativo relato sobre o trabalho de Hester em Ilha de Maré.